Home Conheça-nos Diário de Bordo Fotografias Links FAQ Glossário Mensagem Onde Estamos

 

Perguntas Mais Que Freqüentes Sobre a Construção

 

O que você acha de um barco feito em casa?

 

O mesmo que eu acho de comida chinesa feita em casa: depende do cozinheiro. Leia as respostas às perguntas abaixo para saber o que pensamos sobre construção amadora.

 

O que você acha sobre ter barco em sociedade?

 

Pode dar certo, mas é bom fazer um contrato, tipo pré-nupcial e se a sociedade der zebra sempre tem a opção de colar uma fita crepe no meio do barco como o casal do filme A Guerra dos Roses.

 

Já tivemos, em 1985, um Rio 20 em sociedade que funcionou muito bem: os outros sócios usavam o barco durante a semana e nós no fim-de-semana. A regra básica era que cada sócio sempre deixava o barco em ordem para o próximo usar.

 

Vale a pena a construção de veleiros em grupo?

 

O grupo, que batizamos de Sindicato Ajuricaba (mutirão em tupi), do qual participamos para construir o MaraCatu, foi um sucesso. Todos completaram a construção dos seis Samoas 29 e dois Cabo Horn 35.

 

A construção amadora em grupo é um desafio interessante. Além da redução de custos, quando as compras são feitas em conjunto, são muitas coisas a aprender, muitas dificuldades a vencer. Nisso o grupo ajuda muito: a soma das habilidades, a pesquisa e o encontro das soluções, a ajuda mútua já que construímos em regime de mutirão. Foi também uma grande experiência de convivência e espírito de equipe, pois compartilhávamos tudo, desde prego até ferramentas.

 

Tivemos muita persistência e determinação (teríamos que ter muuuito mais se a empreitada não tivesse sido em grupo). Hoje somos uma grande família. Apesar do grande volume de dinheiro envolvido no projeto, os atritos foram mínimos.

 

Quanto pode ser reduzido no custo de um veleiro construído em grupo?

 

Não se iluda que um barco "feito em casa" fica mais barato que um produzido em série. Você vai pagar o preço de uma melhor qualidade (desde que siga à risca o projeto e, se não feito por você mesmo, fiscalize todo o processo de construção).

 

A redução de custo na compra em grupo, claro, será em função do volume e o percentual de redução varia em função do item. Exemplos: compramos uma carreta de compensado da Berneck a preço de revendedor; o mogno e o freijó eram comprados em toras (a preço de metro cúbico); os fornecedores de material de fibra, resinas, tintas, ferragens, mastreação e alguns equipamentos nos fizeram preços de revendedor, ou de estaleiro, e mais, como o fornecimento foi parcelado o pagamento também foi.

 

Qual o tempo de construção de um Samoa 29?

 

No Ajuricaba, os primeiros barcos levaram 3 anos e meio para ficarem prontos, pois seus proprietários contrataram mão-de-obra extra. Como nós não tínhamos dinheiro para isso, levamos 6 anos. O Roberto do Husto (hoje em Bracuhy, Angra dos Reis) que fez sozinho e com pouco dinheiro levou dez anos. É tanto tempo que um amigo sugeriu mudarmos o nome de Ajuricaba para "ajuda que acaba".

 

Estimamos o tempo de construção em 5 mil horas-homem. Com um bom planejamento/gerenciamento, um bom fluxo de recursos mensais e bons profissionais trabalhando "full time" dá para terminar em dois anos.

 

Temos garantias de que os barcos saem bons da linha de montagem?

 

Se você escolheu um bom projeto, o resto depende da qualidade do material utilizado e do construtor.  Se seguir à risca o projeto e, se não feito por você mesmo, fiscalizar todo o processo de construção, com certeza terá um bom barco. Quando construímos o MaraCatu, nós sempre usamos a máxima: “se dá para melhorar, ou se precisa refazer, AGORA é melhor que depois". Todos os oito barcos feitos no Sindicato Ajuricaba são robustos e de ótima qualidade. Alguns mais bem acabados que outros (depende da paciência do construtor) mas todos dentro do que chamamos de “Padrão Ajuricaba”.

 

Se hoje fossem comprar um projeto comprariam o do Samoa 29 como fizeram ou comprariam um Multichine 28 (que é um projeto mais moderno)?

 

Adoramos o Samoa 29. É um barco marinheiro e seguro (forte), com especificações super-dimensionadas para “permitir ao construtor amador errar para menos sem comprometer a segurança” (palavras do Cabinho), rápido, fácil de manobrar e com um volume interno muito maior que o do Multichine 28. Mas se hoje fossemos comprar um projeto, com intenção de morar a bordo, escolheríamos um maior, como o Samoa 33 também do Cabinho.

 

Explicamos: nestes anos de vida a bordo, com todas as nossas “posses” embarcadas, o que mais fez falta (além do ar-condicionado, eh eh eh) foi uma maior capacidade de carga. Mais água, + espaço para mantimentos (+ caixas de cerveja também), + diesel, que significam + conforto e + autonomia.

 

No MaraCatu são 180 litros d'água e 90 de diesel (sem contar os camburões de plástico amarrados pelo convés), os mantimentos dão para dois meses (sem contar as coisas frescas tipo verdura e legumes), o beliche da mesa de navegação é usado como armário, a linha d'água afundou 15 centímetros e em vez de duas bicicletas "de verdade" (é gostoso passear a dois à tardinha) só cabe uma dobrável, com a roda de 20 polegadas, amarrada junto com os camburões.

Se você tem alguma pergunta, dúvida, curiosidade ou discorda de alguma das respostas, mande um e-mail que a gente promete responder (podemos demorar um pouco, mas sempre respondemos). Se mais de uma pessoa fizer a mesma pergunta ela será incluída aqui, já que é uma Pergunta Mais Que Freqüente.