Meu nome é Marcos Tadeu Dalcolmo Azevedo, sou mineiro de Gov. Valadares e fui apresentado ao mar por meus pais quando ainda tinha 8 anos de idade, nas praias de Guarapari - ES. Desde então todo o morro que eu subia lá pelo interior, esticava o olhar para o leste na ânsia de descobri-lo no horizonte. Nas leituras de infância, dá-lhe “tesouro da juventude”, “A ilha do tesouro”, “O corsário vermelho”, “Tarzan”, etc.
Muito depois e ainda com a insistência dos meus pais, se não tivesse passado no vestibular para geologia no Rio de Janeiro, acho que teria começado a vida no mar, como tripulante de uma traineira de pesca.
Na universidade estive sempre ligado às atividades marinhas o que incluiu expedições à bordo do navio oceanográfico Alm. Saldanha.
Com o diploma na mão em 1974, a grande demanda era para os levantamentos geológicos na região amazônica, longe do mar, e lá fui eu, mas mesmo assim tive que cuidar da navegação em embarcações, pequenos aviões e helicópteros, na localização de pontos geográficos de interesse ou de acampamentos na selva.
Durante 10 anos fui geólogo de campo e além da Amazônia estive quicando e comendo poeira pelos sertões do Nordeste e Centro-Oeste à bordo de rurais Willys e toyotas.
Em 1984, no Amapá, não pude mais adiar o sonho que vinha acalentando nas longas noites balançando na rede dos acampamentos na mata e, devo dizer, duas malárias ajudaram a decidir, comprar meu veleiro e partir.
Fui encontrá-lo meio abandonado em uma poita na enseada de Botafogo, no Rio de Janeiro. Um “Romaneé”, uma das jóias saídas da mesa de trabalho do famoso projetista francês Phellipe Harlé, ex-veleiro da escola Glenant, na Bretanha. Ali, servindo de puleiro de atobás.
Rebatizei meu veleiro com o nome de JAMANXIM que é o nome que os índios dão a um balaio no qual carregam seus pertences ou produtos das lavouras. No meu Jamanxim levaria uma companheira e tudo o que possuía, por todos os oceanos do planeta, e levantaria a “poeira” dos atóis de coral no Pacifico e oceano Indico.
Cabo Frio - setembro/2004
Mesmo tendo feito muitas viagens e trabalhos em outros barcos, a minha experiência marinheira foi basicamente construída na condução e manutenção desse veleiro de 34 pés no qual viajo, passeio, trabalho e resido desde 1984. Desde então e principalmente quando voltei da minha viagem de volta ao mundo, em 1996, tenho trabalhado principalmente no delivery de Embarcações e nas atividades de Manutenção Geral, instalação de equipamentos, reparos gerais e Charter.
Faço às vezes, palestras em Clubes Náuticos e Universidades e ainda, utilizando ainda minha formação de geólogo, faço levantamentos geofísicos, mergulhos, filmagens e coleta de sedimentos rebocando equipamentos sofisticados com o “Jamanxim” ou com a lancha “Anita” (Fast 28´) nos litorais do Rio de Janeiro e São Paulo.
Palestra no Iate
Clube Vitória-ES / 1996
Gostaria de propor também Estágios de Vela e Cruzeiros de modo intensivo e prestar consultoria nas atividades de construção, reparos e avaliação para a compra e venda de veleiros.