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Avistei o arquipélago de Abrolhos nessa viagem sem nenhuma emoção.

Com uma posição atualizada a cada segundo pelo navegador por satélite, sempre sabemos onde estamos, quantas milhas faltam e o que esperar para frente.

Me lembrei da primeira vez que estive por aqui navegando no barco de um amigo. Não havia GPS e a navegação era estimada ou astronômica. Depois de Vitória e seu litoral norte, a rota para as ilhas se afasta consideravelmente de terra e perde-se qualquer ponto de referência. O rumo tem que ser mantido com precisão e a deriva calculada. Como tivemos que dar alguns bordos no veleiro para navegar com um vento de Leste, a navegação estimada teve que ser muito caprichada.

No amanhecer do segundo dia, a visão do farol de Abrolhos na proa do barco me proporcionou uma enorme satisfação de trabalho bem feito, uma emoção que nos foi “roubada” pela nova tecnologia.

Nos dias de hoje, a exatidão da minha navegação depende menos de mim e mais do programador que produziu o software do GPS e das cartas eletrônicas e tudo o mais que nos rodeia num barco a vela moderno.

Claro que não estou menosprezando o enorme avanço na segurança das embarcações que o GPS proporcionou. Mas será que não estamos emburrecendo como navegadores ao usar e depender (somente) desses aparelhinhos maravilhosos?

2 Responses to “A estimada navegação”

  1. Ciça disse:

    Isso, resista!!! Não deixe a tecnologia te emburrecer :o )
    Ver Abrolhos se aproximando sempre será uma emoção, né?
    Abraços dos amigos,
    Breyer e Ciça

  2. Cristiano disse:

    O Importante é se defender de todas as maneiras..abraço!

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