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Você que nos acompanhou, atravessou o país conosco, às vezes se assustou, outras riu, em outras aprovou, ou discordou das idéias, e das soluções apresentadas, divide agora conosco um fato triste.
De repente, o mundo atravessou a porta de nossa casa, e despencou sob nossos ombros, com um peso considerável, do tamanho da realidade. Trouxe um certo inconformismo e a dor.
A civilização evoluiu, os homens não são mais jogados às feras, mas a violência persiste, sob outras formas. A meu ver, ela hoje se inicia no campo das idéias, na sutileza da pressão psicológica dentro das organizações modernas, na disputa pelo poder, isolando e humilhando os “inimigos”, dos que se sentem ameaçados.
Os nossos dias, meu e do Dorival, andam meio empurrados, atrapalhados. Ficamos de pé, mas o dia termina com um festival de esquecimentos, erros e distrações. Resolvemos andar juntos, para todos os lados, para diminuir a taxa de bobagens. Tudo há de passar…
Afinal, em um mesmo mundo há diversos mundos; vamos viver aquele que nos interessa, mais próximo à natureza, à espontaneidade dos relacionamentos, sem esquecer da existência do outro, manchado de negro, que passa ao largo.
Há coisas belas feitas pelo homem para se admirar, como o conhecimento, as engenhocas, a linguagem, os bons livros e a boa música que aquietam nosso coração.
Vou cuidar do meu querido, deixando-o próximo do mar.
Quem sabe, eu encontro um teclado, que caiba na mesa da dinete, e ele possa voltar a tocar uma sonata de Beethoven, enchendo o ambiente com o que tem de melhor, feito pelo homem.
Fica o meu “muito obrigada” a todos os que o reconfortaram, pessoalmente, por e-mail, ou neste espaço. Nos abraçaremos, dias desses.
De uma próxima vez, volto a falar bobagens, que podem não ter serventia alguma, mas não fazem mal à ninguém. Somos loucos, mas mansos.

Catarina

* da letra da música “Somos quem podemos ser”, do Engenheiros do Hawaii.

2 Responses to ““Um dia me disseram que as nuvens não eram de algodão….” *”

  1. conde disse:

    Por mais que eu leia este texto não me sai nenhum comentario, tal a lucidez e a “alma” com que foi escrito.

  2. Dorival Gimenes Júnior disse:

    Caro Conde,

    A alma é de quem lê.
    Obrigada por sua presença, e sua amizade.
    Abraço,

    Catarina

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