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Rio Boat Show dia 6

RBS2006logo

Amigos, a quinta feira de sol iluminou os veleiros de cruzeiro e fez crescer muito a visitação. Interessante observar como o estilo de vida do cruzeirista atrai o imaginário das pessoas. Mais de uma vez ouvi exclamações como “o meu sonho é comprar um veleiro e sair viajando pelo mundo”. E o mais interessante é que o visitante pode descobrir, através da conversa com a turma, que a realização do seu sonho de liberdade e autosuficiência pode ser concretizado de várias formas, não necessariamente numa volta ao mundo.


Pôr do sol no pier. Foto Hélio Viana

Esse espírito está muito presente e verdadeiro no nosso entrevistado de hoje: o velejador Sergio Zurawel do Caso Sério II
- “Sergio começa: olhando para um mapa mundi na oficina de marcenaria de meu pai ainda criança fiquei impressionado com o tamanho dos oceanos e imaginei que poderia alcançar qualquer lugar no mundo através do mar”
- “fiquei órfão muito cedo e tive que trabalhar ainda jovem para me sustentar. Na época já percebia que a minha grande vocação era a aviação e as viagens. Não tendo condições de seguir os estudos regularmente, optei por me alistar na aeronáutica onde pude me especializar na profissão de mecânico de vôo e piloto. Saindo da força aérea, ingressei na Varig onde trabalhei até me aposentar em 2000″


Sergio em foto de Hélio Viana

- “meu primeiro contato com os barcos a vela foi em 1978 através de um amigo que tinha um pequeno Lighting de madeira. Velejávamos na Baía da Guanabara e participávamos de regatas. Quando tive uma oportunidade comprei um Laser e passei a velejar no Rio e na lagoa de Araruama. Como quase todo velejador de monotipos, o meu sonho era comprar um veleiro cabinado para poder ir mais longe e permanecer mais tempo a bordo”
- “num dia especial, descobri na Marina da Glória no Rio de Janeiro, um pequeno veleiro de 23 pés, meio abandonado em sua bóia e com cara de triste. Ao pisar em seu sujo convés, tive a estranha sensação de que ele me chamava, pedia para que eu o tirasse daquele ostracismo. O nome do barco, Caso Sério, anunciava uma longa história de amor com esse veleirinho”
- “tive muito trabalho para deixá-lo em condições de navegar. Já no primeiro verão eu o levei para Angra dos Reis. Em 1992, saindo de um relacionamento, resolvi morar a bordo do Caso Sério. Fui tema de reportagens em revistas que mostravam o piloto de aviões que morava num pequeno veleiro e inspirei outras pessoas a fazer o mesmo. Rapidamente criou-se uma comunidade de moradores na Marina da Glória”
- “depois de algum tempo resolvi me mudar para Angra dos Reis e escolhi a marina Bracuhy como nova morada para o Caso Sério. Com a aposentadoria chegando, pude começar a planejar aventuras mais extensas, viagens mais longas. Assim, em 2000 realizei uma viagem de 14000 km a Ushuaia na patagônia em um fusquinha preparado como uma casa sobre rodas (clique e veja o relato)”
- “meu espírito aventureiro me levou a realizar mais duas grandes viagens: uma de motocicleta passando pelo Rio de Janeiro / São Paulo / Mato Grosso do Sul / Mato Grosso / Rondônia / Amazonas / Pará / Amapá / Pará / Maranhão / Piauí / Bahia / Goiás / Minas Gerais (clique e veja o relato) e outra a pé, de 800 km pelo caminho de Santiago de Compostela na Espanha”
- “Em 2004, já pensando em realizar viagens mais longas de veleiro, comecei a procurar um barco maior, que me permitisse mais conforto e velocidade. Encontrei quase por acaso, e bem perto de onde eu estava, um veleiro de 36 pés antigo, construido pelo famoso estaleiro frances Dufour. O barco estava em ótimo estado mas sem uso há muito tempo. Depois de alguma negociação, consegui comprá-lo e transformá-lo no Caso Sério II. Triste mas certo de que encerrava um ciclo natural, tive que me desfazer de meu grande companheiro de 17 anos que partiu para encantar outros velejadores”
- “a bordo do meu novo companheiro, continuo a morar em Angra dos Reis na marina Bracuhy e a realizar cruzeiros entre Cabo Frio e Ilhabela. As próximas aventuras? Fernando de Noronha ou Polinésia Francesa ou ainda uma caminhada no Nepal. Qualquer que seja a escolha mantenho o meu espírito alerta para os estímulos que a vida nos dá e o meu veleiro sempre pronto para partir”

A conversa com o Sergio é sempre repleta de interesse. A construção da sua história de vida foi com muito trabalho e sacrifício pessoal. E o seu inquieto espírito de aventura e desprendimento nos mostra mais uma fórmula de satisfação pessoal e realização de sonhos.

João Carlos

5 Responses to “Rio Boat Show dia 6”

  1. Silvia de Oliveira disse:

    A realização de um sonho e essa liberdade, expressa essa pessoa maravilhosa que é o Sérgio.
    Todos que passam, não resistem em entrar e conhecer suas histórias fantásticas e essa força positiva que contagia a todos.
    Parabéns pela entrevista, que Deus te ilumine e te proteja.
    Espero em breve as publicações deste mundo maravilhoso de “Sérgio Zurawel”…

    bjs,
    Silvia

  2. Carlos Duarte disse:

    Grande Sérgio!
    Sempre interessante saber de você.
    Sentimos saudades, Anna e eu.
    Dê notícias de onde estiver. Quem sabe podemos nos encontrar.
    Beijos
    Caloga + Anna

  3. sônia disse:

    Que energia em Sergio!
    Espero que voce encontre o que procura nesta tua busca
    constante. Isto é proprio do ser humano, mas você superou!
    Abraço.

  4. Reynaldo disse:

    Parabens Sergio!

    Sobre a viagem de fusca e a no Veleiro Caso Serio, voce nao escreveu nenhum livro ???
    Tem algum livro sobre estas aventuras ?

  5. Pizzoni disse:

    Tive o prazer de conhecer o Sérgio e poder acompanha-lo com minha shadow 750 até Fóz do Iguaçu, qdo de sua passagem por Matelândia.
    Pessoa fantástica e cheia de brilho que contagia a todos os que o cercam.

    Sérgio, abraços e curta todos estes momentos bons que a vida te proporciona.

    Valmir Pizzoni

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